domingo, dezembro 10, 2006

Número 4 - A Bênção de Dar


Será possível dar sem amar? O texto bíblico assegura-nos que sim, por estranho que possa parecer. Diz S. Paulo: “ E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres (…) e não tivesse caridade (amor), nada disso me aproveitaria.” (I Cor. 13:3)

Será possível amar sem dar? Não, não é possível. Deus amou, Deus deu (João 3:16). Jesus amou-nos e por isso se deu a Si mesmo por nós (Gal.2:20). Paulo amava a igreja em Corinto, por isso de muito boa vontade se gastava e deixava gastar amando cada vez mais os irmãos, ainda que fosse menos amado. (II Cor. 12:15).

Por onde começar? Pode suceder que por vezes pensemos que primeiro deveremos receber para depois ter, então, a oportunidade de dar. Mas a Bíblia ensina-nos exactamente o contrário: primeiro temos que dar, para então receber. “O que regar será regado.” (Prov. 11:25b). “Dai e ser-vos-á dado.” (Luc. 6:38)
Quando estive em Timor procurei anunciar todo o conselho de Deus (Act. 20:27), incluindo a bênção de dar. Àqueles queridos irmãos, que eram agricultores na sua maioria, expliquei que se falassem à terra pedindo que lhes desse milho, batatas, mandioca e outros legumes, e se ela falasse, responder-lhes-ia: “Dá-me tu primeiro!”. A terra pede apenas um pouco para depois nos dar muito. Este é o princípio: primeiro dar, depois receber. Os irmãos timorenses experimentaram a verdade deste ensino bíblico: as suas hortas eram as melhores, facto até reconhecido pelas autoridades.

E Deus abençoa? Dar o dízimo a Deus é um gesto abundantemente abençoado por Deus. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” (Mal. 3:10). Se der o dízimo de 1000, ficarei apenas com 900, é verdade. Mas não será melhor ter 900 com a bênção do Senhor do que 1000 sem essa preciosa bênção?
O profeta Elias ensinou a viúva a ter farinha e azeite com abundância por muitos dias. Como? O princípio foi o mesmo: ela deu o pouco que tinha e recebeu em abundância. (I Reis 17:13-15)

Dar a quem? Existe uma autêntica chuva de promessas para quem atende ao pobre. Exemplo disso são as passagens bíblicas em Salmo 41:1-3. Tiago 2:15,16 e I João 3:16-18.
Quando Paulo saiu como missionário entre os gentios, foi-lhe recomendado somente que se lembrasse dos pobres, o que procurou fazer com diligência (Gal. 2:8-10).
Dar aos pobres é uma oportunidade sempre presente e acessível. Disse Jesus: “Os pobres sempre os tendes convosco e podeis fazer-lhe bem quando quiserdes” (Mar. 14:7).

Dar com que atitude? Certa vez em que o Senhor Jesus falou acerca do dinheiro, os fariseus, que eram avarentos, zombaram d’Ele (Luc. 16:13,14). Eles não aceitavam a possibilidade de dar como uma verdadeira bênção. Esta é uma atitude comum ainda hoje, pois continuam a haver pessoas avarentas. Só no Céu é que não haverá avarentos (I Cor. 6:10).
Outros davam apenas como uma forma de se desenvencilharem daquilo que era de menos valor, que não lhes interessava.. Chegavam a oferecer animais cegos, coxos, roubados até. Deus não se agradou disso. (Mal.1:8,13). Ele espera que demos o que é bom e com alegria (II Cor. 8:7).

Tempo de Natal Quando Jesus nasceu, foram chamados a ver o Menino os pastores e os magos. Os pastores abriram a sua boca divulgando a Palavra acerca do Menino (Luc. 2:17,18). Os magos, por sua vez, abriram os seus tesouros (Mateus 2:11).
O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas novas (o Evangelho). E quem ficava em casa repartia os despojos (Salmo 68:11,12).

Ilustrações:

Em certa ocasião foi pedida uma oferta missionária a Martinho Lutero. Procurou na gaveta da secretária e, vendo ali uma moeda de valor, com a efígie de um tal Frederico, disse: “Que fazes aqui, Frederico, metido nesta gaveta? Vai ser útil!” E ofereceu a moeda.

Um dia foi pedida uma oferta missionária a um armador, proprietário de muitos barcos. Prontamente passou um cheque para esse fim. Entretanto, recebeu um telegrama a informar que o maior barco que ele possuía se tinha afundado. Pediu de novo o cheque e passou um outro, mas desta vez com o dobro da importância do primeiro. O que o recebeu alertou o dador, dizendo-lhe que talvez ele se tivesse equivocado, pois estava agora a dar muito mais do que antes. Mas o armador respondeu: “Não me enganei! O telegrama que recebi veio como que do céu para me lembrar que os bens aqui da terra são inseguros. É melhor juntar tesouros no céu!” (Mateus 6:19-21).

Um homem veio passar uns dias a casa da sua família, nos Estados Unidos. A família era crente, por isso levaram-no a um culto. Como era a primeira vez que assistia a um culto, o homem reparava em tudo. Logo à chegada pensou, pelos carros que via no parque de estacionamento, “Nesta igreja são todos ricos”. Quando foi levantada a oferta, o homem reparou que afinal eram todos pobres, plo valor das notas que viu no prato de recolher a oferta.

Duas notas encontraram-se. Uma era de 1 dólar e a outra era de 20 dólares. A de 1 dólar disse à de 20: “Não te tenho visto. Por onde tens andado?” A de 20 respondeu: “Tenho tido uma vida muito movimentada pelos restaurantes, os casinos, os hotéis… e tu, por onde tens andado?” Respondeu a nota de 1 dólar: “Sabes, eu sou muito religiosa! Vou muitas vezes à igreja!” Surpreendida, a nota de 20 dólares perguntou: “Igreja? O que é a igreja?”.