quinta-feira, janeiro 11, 2007

Número 5 - Abraão

ABRAÃO, UM GRANDE HERÓI DA FÉ

É comum realizar-se eventos festivos que comemoram 25 ou 50 anos de pastorado ou de outra forma de servir o Senhor. Representam um período de tempo significativo que foi dedicado a servir a Deus – o maior alvo que alguém pode ter. Em ambiente de satisfação e gratidão a Ele, há cânticos, mensagem, ofertas e até por vezes uma placa ou uma medalha comemorativa que marca o valor daquele aniversário.
Poderemos nós imaginar a experiência que será servir a Deus durante exactamente 100 anos? Pois foi essa a condição de Abraão. Tinha 75 anos quando o Senhor o chamou e tinha 175 anos quando faleceu.
Neste estudo, vamos conhecer alguns aspectos importantes deste longo, e abençoado, percurso com Deus.

Amigo de Deus
Este atributo é referido na Bíblia por três vezes, em relação a Abraão (II Crónicas 20:7; Isaías 41:8 e Tiago 2:24). Porque é que ele foi chamado amigo de Deus? O que é que ele fez para merecer tal honra? Foi um verdadeiro amigo de Deus porque fez o que o Senhor lhe mandou fazer. “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:14).

Obediente a Deus
Foi-lhe dito pelo Senhor: “Sai” e ele saiu (Génesis 12:1). Foi-lhe dito: “Vai” e ele foi (Génesis 22:2,3).

Peregrino
Como verdadeiro peregrino, nunca construiu uma casa, viveu sempre em tendas. Onde quer que se instalasse edificava um altar e armava uma tenda (Génesis 2:7,8, o altar primeiro; Génesis 13:18 e Hebreus 11:9,10).
Em Génesis 18:1 vemos Abraão à porta da sua tenda. Porém, em Génesis 19:1,2 vemos Ló à porta de sua casa. Parece-nos, assim, que Ló, seu sobrinho, que durante anos foi peregrino com Abraão, o terá deixado de ser, provavelmente por influência da esposa e das filhas. Lembremo-nos da dificuldade da sua esposa em abandonar aquela terra, mais tarde.
Abraão foi peregrino até ao fim (Hebreus 11:9,10). Também o salmista afirmava “Sou peregrino na terra” (Salmo 119: 19a). Nós somos como peregrinos neste mundo passageiro, e provavelmente até já o afirmámos cantando. O hino nº 204 de Cânticos de Alegria diz: “Sou peregrino na terra e longe estou do meu lar.”
Havia numa certa cidade um famoso Rabi. Alguém que por ali passava aproveitou o ensejo para o visitar. Entrando em casa do Rabi encontrou-a cheia de livros mas quase sem móveis. Ousou perguntar ao Rabi: “Onde estão os seus móveis?”. O Rabi perguntou ao visitante: “E onde estão os seus?” Este respondeu: “Bem, eu não os trago porque estou aqui de passagem.” O Rabi respondeu-lhe: “Eu também estou aqui de passagem.”

Primeiro dizimista de tudo
Notamos que Abraão deu o dízimo de TUDO (Hebreus 7:1,2) e Deus o abençoou em TUDO (Génesis 24:1). Talvez Jacó tenha aprendido com o seu avô Abraão a doutrina do dízimo, pois quando Abraão faleceu Jacó tinha 15 anos de idade. Contudo, na prática, não foi fiel ao ensino que recebeu do seu avô, pois disse que daria o dízimo sob condição. Daria o dízimo SE… “Se fores comigo, se me guardares nesta viagem, se me deres pão para comer e vestidos para vestir, darei o dízimo” (Génesis 28:20-22). Foi um dízimo condicional!

O primeiro homem que creu na ressurreição dos mortos
“Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigénito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar.” (Hebreus 11:17,18).

Um homem a quem Deus mudou o nome
O seu nome original era Abrão, que significa “pai da altura” ou “pai exaltado”. O Senhor mudou-lhe o nome! È que Alto ou Altíssimo é só o Senhor (II Samuel 22:47; Isaías 57:15; Salmo 83:18). Se Abraão lesse esta “Folha”, dar-me-ia uma palmadinha nas costas e dir-me-ia: “Escreva acerca do Senhor, o Único Imaculado. Fui faltoso algumas vezes, como humano que fui.”
Quando Deus nos chama para o servirmos não é para sermos altos mas sim frutuosos (João 15:16)! Não são as árvores mais altas que são frutuosas! Lembremo-nos de Paulo (pequeno) mas com tanto fruto (I Coríntios 4:14-16).
O seu nome passou a ser Abraão, que significa “pai de uma multidão” (Génesis 17:5).

Um homem de paz
Abraão tudo fez para que a sua relação com o sobrinho não fosse de conflito mas que a paz permanecesse. Assim falou Abraão a Ló: “Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos.” (Génesis 13:8).
Notemos que Isaque, filho de Abraão, teve o mesmo sentimento pacífico de seu pai (Génesis 26:16-22).
Dizia David: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmo 133:1).
Lemos que havia contendas entre os irmãos de Corinto e isso preocupava a Paulo (I Coríntios 1:10,11). Ele ensinou a Timóteo: “Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos(…) instruindo com mansidão.” (II Timóteo 2:24,25).
Conta-se que numa certa igreja o ministério se reuniu para decidir qual a cor com que deveria ser pintado o interior do novo templo. Todavia não conseguiam chegar a um acordo. No fim da reunião o pastor concluiu: “Bem, perante o ambiente de desarmonia que se viveu nesta reunião, talvez a cor mais adequada seja a preta”.

Finalmente, aos 175 anos, Abraão foi congregado ao SEU POVO! Findou a sua peregrinação!

Curiosidade: Veja o que é “um bocado de pão”, à maneira de Abraão (Génesis18:5-8).