terça-feira, julho 15, 2008

Número 25 - A União


O edifício
A solidez e a consistência de um edifício não estão asseguradas apenas pela qualidade e pela robustez dos tijolos ou do ferro, ou mesmo da profundidade dos fundamentos ou do tipo de solo. A argamassa que une todos os elementos é fundamental.
O amor é qual argamassa que unirá as "pedras" do edifício que é a igreja. (I Coríntios 13:4-7; 1 Pedro 2:7). Sem argamassa, até uma raposa pode derribar o muro (Neemias 4:3).

A marca do discípulo
Lembro-me de um coro que dizia: "Tudo vai bem quando existe união e há amor em cada coração, mas se o inimigo audaz essa união desfaz, a graça de Deus não vem e nada vai bem".
Uma senhora foi ao culto pela primeira vez. Falando com ela no fim do culto, dizia-me:"Nunca pensei que este ambiente que hoje desfrutei, fosse possível aqui na terra. Tantas expressões de amor uns para com os outros!"
Jesus disse: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:35)

Harmonia no corpo
S. Paulo usa a harmonia do nosso corpo como exemplo da harmonia que deve existir na Igreja (I Coríntios 12:14-27) Só um mau espírito pode estragar tal harmonia. Leia em Marcos 5:5.
A esse respeito, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência aos cristãos da Galácia. A certa altura ele adverte mesmo para o perigo de se destruírem. “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros”. (Gálatas 5:14,15, 26).
Morder não é próprio das ovelhas. Elas não mordem, nem têm dentes na parte da frente do maxilar superior. Os cães e os lobos é que mordem. Guardai-vos dos cães e dos lobos (Filipenses.3:2; Mateus 7:15).

Segurança
A sequóia é uma árvore que abunda na Califórnia. Pode atingir 140 metros de altura e viver mais de 2000 anos.
As sequóias sobrevivem aos maiores temporais vivendo juntas, formando uma mata.
Se viverem separadas não resistirão ao temporal, devido ao facto de a sua raiz não ser muito profunda. Que lição aprendemos com elas!
Temos reparado que a fera primeiro procura isolar a vitima, e depois então ataca (I Pedro 5:8). Unidos resistiremos melhor às feras e às tempestades!
"Unidos! Sempre unidos!" Lembro que se cantava este coro quando me converti a Cristo.Compare I Coríntios 1:10: "…antes sejais unidos.” E em Colossenses 2:2: "e estejam unidos em amor".

Ovelha sem rebanho?
Visitei um irmão que estava a faltar aos cultos. Disse-me esse irmão: “É verdade que não vou à Igreja, mas sou do rebanho do Senhor, e todos os domingos mando a minha esmola”.
Pergunto: Como é que uma ovelha presa com uma corda num quintal, faz parte do rebanho? Mais ainda, o Senhor não quer nem precisa de esmolas. "Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor” (Ageu 2:8).
Ele nos quer a nós mesmos, unidos a Si, porque nos ama!

Dissensões
Por vezes notamos que pormenores ou circunstâncias de somenos importância têm dado lugar a dissensões. Trata-se de algo que a Bíblia condena (Romanos.16:17; 1 Corintios.3:3;11:17,18).
O Senhor Jesus falou de "mosquitos" e "camelos". Disse: “Guias cegos! Que coais um mosquito, e engolis um camelo” (Mateus 23:24). O mosquito pode causar um pequeno engasgo mas...passa. Agora "camelos" não podem nem devem passar.
S. Paulo escreveu acerca de coisas que estavam tentando entrar nas Igrejas da Galácia, nestes termos: "...nem ainda por uma hora cedemos com sujeição..." (Gálatas 2:5).
Peçamos ao Senhor que nos ajude a discernir o que são "mosquitos" e o que são "camelos", à luz da Palavra e pelo o Espírito Santo. Compare Salmo 119:105; João16:13; Actos.17:10,11; I Coríntios 7:40.

O respeito
Somos todos diferentes. Caracteriza-nos uma bagagem genética única, uma origem familiar própria, um percurso de vida próprio, uma cultura própria, um perfil de personalidade que é o nosso. Temos uma maneira de pensar e de agir que julgamos certa mas que poderá não ser a única válida.
Podemos ser levados a pensar que se não é como eu faço, penso ou julgo, já não está certo. Ofereçamos também aos outros a liberdade de ter as suas próprias opiniões e admitamos a possibilidade de não termos toda a razão do nosso lado. Esta atitude promove a união!
Eis algumas ilustrações que ajudarão a compreender mais claramente este princípio:

1- Certo dia, num cemitério, estava um chinês a colocar pratos de arroz em volta da sepultura do seu ente querido, como é costume fazer-se na sua cultura. Ao seu lado, estava um cristão a colocar flores na campa do seu familiar. Surpreendido, este perguntou ao chinês se ele acreditava que a pessoa ali sepultada iria comer o arroz. Respondeu o chinês: “Sim, acredito. E será no mesmo dia em que o seu falecido há -de cheirar essas flores”.
2- Uma jovem foi trabalhar como empregada em casa de uma família. Um dia acharam por bem matar uma galinha para o almoço. Então o pai de família foi buscar a espingarda. As galinhas andavam soltas por ali e quando escolheram qual seria a preferida, o homem apontou a espingarda e matou a galinha com um tiro. A criada gritou: “Que horror! Pobre galinha!” Se fosse morta com uma faca, cortando o pescoço à galinha não era um horror, isso seria o natural. A diferença residia só no seu hábito.
3 - Num jantar, um bispo católico e um rabi judeu ficaram lado a lado. A dada altura o bispo perguntou ao rabi: “Quando é que será o dia em que iremos comer juntos umas costoletas de porco?” Resposta do rabi: “Talvez no dia do seu casamento...”
4 – Em Timor, há muitos anos atrás, uma das minhas filhas observava dois meninos que brincavam. Com pedras eles “raspavam na terra” procurando “fazer as ruas de uma cidade”. A certa altura decidiram que iriam incluir um jardim nessa “cidade”. Um deles comentou: “Em Portugal há jardins grandes!” Ou outro retorquiu: “Eu fui lá uma vez e não vi jardins grandes”. O primeiro insistiu que havia. O outro voltou a referir a sua experiência: “Eu não vi lá jardins grandes!” Então o primeiro não esteve com meias medidas, e disse-lhe: “Tens que ver jardins grandes senão já não brinco contigo!”
De que é que fazemos depender a nossa amizade e a nossa união?
Será de “jardins grandes” que queremos que todos vejam da mesma forma?”


Concluo com o sábio conselho do apóstolo Pedro:

“IRMÃOS AMAI A FRATERNIDADE!” (1 Pedro.2:7)

ADITAMENTO:


Soube há pouco que no Estado de Kentucky, Estados Unidos, o lema é: Unidos Venceremos, Separados Cairemos. Que lição para nós!
Um pai, sentindo que estava próximo da morte, mandou chamar os sete filhos à sua presença e pediu que cada um trouxesse uma vara. Tomando em suas mãos o feixe das varas, o pai tentou parti-las mas não conseguiu. Então, tomando uma vara de cada vez, foi-as partindo. Assim, aquele pai quis ensinar aos seus filhos: “Vivam sempre unidos!”
Há duas frases na Bíblia que costumo dizer (ou escrever) aos meus filhos: "Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! (Salmo133:1) e " Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade." (III João.v4).

Férias: ter ou não ter?

Conta-se que um pastor anunciava à Igreja que iria estar de férias. Um Irmão, na congregação levantou-se e disse: “Vai ter férias? Irmão pastor, olhe que o diabo nunca tem férias!” Respondeu o pastor: Sim, eu sei ( Apocalipse.12:10), mas eu não ando cá para imitar o diabo , eu sou um discípulo de Jesus”. Ele ordenou que os Seus discípulos fossem para um lugar à parte para repousarem um pouco. (Marcos.6:30,31).

Uma criança chegou a casa vindo da escola e cheia de contentamento dizia: “Vou ter férias!” O seu irmão de 4 anos, ouvindo isso começou a chorar, dizendo: “Pois, ele tem férias e eu não tenho!” Eu também estou "chorando", com 78 anos, e digo: “Os outros pastores têm férias e eu não tenho!”
Férias muito abençoadas para todos vós, meus amados companheiros!

Um abraço com muito amor e saudade,

Miguel Coias